segunda-feira, 5 de novembro de 2018

31 DE OUTUBRO DE 1696, MARIA CELESTE CROSTAROSA




TUDO COMEÇA NO AMAR

Edinardo Paz de Sousa[1]

            Desde a criação do mundo como também em todos os povos e tempos, o homem sempre fez a experiência de espiritualidade com tudo que era sagrado para sua vida. uma dessas experiencia é o do AMAR!
            O amor de Madre Celeste a Jesus Redentor faz parte da sua vida e deve fazer parte Da vida daqueles que abrem seus corações humildes e se deixam encontrar-se por essa redenção que abraça tudo que é humano.  Para ela o homem nada mais é do que sua fragilidade, o barro frágil na mão do oleiro, mas ao mesmo tempo grande em seus modos e pensamentos, pois, é em Jesus o homem perfeito que nos tornamos perfeitos também. O Amor de Cristo deu, ainda, a Celeste a capacidade de viver insistentemente à sua vida. Pois, desejava pela misericórdia do amor de Deus, vê-lo mais amado pelos homens. O Divino Redentor, Jesus que se esvazia de si e nos da a glória ( glória essa que é a entrega de sí mesmo pelo madeiro da cruz).
            Diante do amor derramado percebemos que a encarnação do verbo traz em si aquilo que todos esperavam o encontro pessoal com a própria vida.  Fazer a experiência de viver hoje o amor misericordioso de Deus em Jesus é dar as respostas para nosso mundo ferido, é fazer como que sejamos experimentados nas nossas misérias para encontrar a misericórdia do bem amado.
            O essencial na espiritualidade de Maria Celeste é o Evangelho como Amor feito Boa Nova. Para isso é preciso olhar para o Redentor e contempla-lo. Para Celeste é nesse instante que nos é revelado o rosto misericordioso do Pai Divino que cheio de amor para conosco, nos perdoa, sobretudo os mais pobres e humildes. Para Maria Celeste a última coisa, pela qual certamente nos diria hoje; que é preciso amar a Jesus Cristo e  recompensar o seu divino amor por todos nós  correspondendo com o que é  devido e cumprindo na nossa vida e na vida dos nossos irmãos o  amor oferecido como redenção. Para essa grande mulher em muitos casos, coremos hoje o risco de olharmos para Deus como uma personagem de infinita majestade, como um dos grandes e poderosos deste mundo, e não como um Deus humilde. Com isso para Maria Celeste não diferente dos outros santos, nos diz: “Deus se fez carne, homem, para que o homem pudesse ser divino[2]”. A redenção é copiosa, não somente porque nos liberta do pecado e de todos os seus efeitos, mas também porque nos dá uma vida nova em Cristo. A espiritualidade de Maria Celeste está na linha do ser viva memória de tudo o que Cristo fez para nossa salvação em sua vida terrestre. O Redentor continua em nós e, por nós, sua obra.
            Antes de tudo o que foi mais importante na vida dessa mulher foi deixar que o mistério de Cristo habitasse em sua vida. Particular habitação onde de fato a redenção foi abundante não só na vida dela como também, na vida daqueles e aquelas que os cercavam. O Cristo encarnado mostra em sua vida amor puro, e Maria Celeste mostra em sua vida o Amor de Deus que é o próprio Cristo. “Neste coração amante assentais com uma coroa imperial, decorada com pedras preciosas de valor infinito, tendo adquirido bens eternos para todas as almas por vós redimidas. Com aquelas que foram eleitas por vosso divino amor e com os justos operou-se a copiosa redenção[3]”.
            Portanto, na linguagem de nossos dias Madre Celeste vai nos dizer que o seguimento de Cristo Redentor não deve ser individual, mas comunitário. Pois hoje essa espiritualidade nos aponta dentro da igreja a seguir a Cristo e descobrir nele o amor de Deus Pai, que salva todos os homens. Ou seja, não fugindo do mundo, mas salvando estando nele. Essa dinâmica de espiritualidade antes de tudo, deve ser uma chama ardente que parte de nossa santificação pessoal para evangelizar o mundo, como nos lembra  muitos séculos depois o Concilio Vaticano II. Essa imitação do Redentor é encontrada nessa mulher que foge anos luz do seu tempo, e que ajudou na fundação de sua Ordem.

BIBLIOGRAFIA
SÉGALEN, Jean-Marie. Orar 15 dias com Maria Celeste Crostarosa. Uma mística da Eucaristia no século XVIII. Aparecida: Santuário, 2008.
LAGE, Emílio. A copiosa redenção segunda a Venerável Maria Celeste Crostarosa e Santo Afonso. [Trad. Pe. Paulo Sérgio Carrara]. Belo Horizonte, ?. Artigo não publicado.

           


[1] Licenciado em Filosofia pelo Instituto Católico de Estudos Superiores do Piauí (ICESPI). Graduando em Teologia pelo Instituto Santo Tomás de Aquino (ISTA).
[2] (SÉGALEN, 2008. p.65).

[3] (LANGE, [200-], p. 4).

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