quinta-feira, 25 de julho de 2019

OS CAMINHOS DA DIVINA PROVIDÊNCIA



Em 1719 os RR. PP. Maurício Filangieri, Superior Geral da Congregação dos Pios Operários, e Thomás Falcoia, pregaram em Scala os exercícios da santa Missão.
Desejando assegurar aos habitantes da cidade uma nova fonte de graças, resolveram fundar um mosteiro. Poucos anos antes o Padre Falcoia estivera em Roma, e um dia achando-se às margens do Tibre, foi subitamente arrebatado em Deus e viu desenrolar-se diante de seu espirito o plano de fundação de uma família religiosa. Seus membros tanto homens como mulheres, teriam por fim especial a “Imitação explícita do Homem Deus, ora sepultando-se na vida oculta, ora, indo como o Salvador evangelizar as povoações mais abandonadas”(Sportelli: Memória dei principii al Instituto).
Um caridoso sacerdote de Scala, Dom Lorenzo Della Mura, tinha legado sua fortuna e casa ao venerando Cabido da Catedral, por testamento datado de 1° de outubro de 1633, com o fim de ali estabelecer-se um recolhimento, onde jovens e viúvas pudessem levar vida piedosa e retirada, sem fazerem votos de religião nem estarem sujeitas à clausura. Após uma prosperidade passageira, a obra estava quase extinta em 1720.
Nesse ano de 1720, o Cabido e a cidade cederam ao R. Pe. Filangieri todos os direitos sobre o recolhimento, com a condição de transformá-lo e elevá-lo à dignidade de mosteiro com clausura, sob a regra de Santo Agostinho e as Constituições de São Francisco de Sales.
A capela do recolhimento era dedicada à Imaculada Conceição e estava graciosamente ornada; a casa, porém, estava em completa ruina. Concertá-la e adaptá-la para o novo destino foi o primeiro cuidado do fundador.
Terminado o edifício material, procuraram as pedras fundamentais para o espiritual.
As almas escolhidas por Deus foram: Matilde e Teresa de Vito, que receberam os nomes de Sorores Maria Rafael e Maria Angela. Angélica Bellini, o de Sôr Maria Serafiana. Grazia Bellini, o de Sôr Maria Miguel.
Catarina Schisano, contava mais de 50 anos e passará vários anos em um dos sete carmelos fundados pela venerável Serafina de Capri, era uma espécie de terciária; por este duplo motivo foi designada como Superiora da nova comunidade, com o nome de Sôr Maria José da Cruz.
Os outros membros da comunidade foram:
Helena Montes que se tornou Sôr Maria Arcângela;
Francisca Montes se tornou Sôr Maria Emanuel
Justina Natale se tornou Sôr Maria Catarina
Ana Natale se tornou Sôr Maria Querubina
Úrsula Galdo se tornou Sôr Maria Gabriel
Ângela Galdo se tornou Sôr Maria Teresa.

Foram 12 as escolhidas, ignorando-se o nome da última.
Na terça feira de pentecostes, 21 de maio de 1720 foi inaugurado o Mosteiro.
O clero de Scala, tendo à frente os 24 cônegos do Cabido, veio acolher as postulantes na praça da Igreja.
Acompanhavam-nas as nobres Damas da cidade, os dois Fundadores e uma multidão enorme de povo.
Entravam na Catedral ao canto do hino “Jesus Corona Virginum”.
O Bispo ao pé da altar-mor, procedeu solenemente à cerimonia da vestição; o Padre Falcoia tomando por texto o Introito da Missa do dia: “Accipite jucunditatem gloriae vestra” pronunciou eloquente sermão.
Terminada a cerimônia, as 12 virgens revestidas do hábito da visitação, dirigiram-se processionalmente ao Convento. O Bispo, levando o SS. Sacramento fechava o cortejo. Nos ares ressoavam os sons festivos dos sinos, as salvas de artilharia e os jubilosos cânticos da multidão.
Chegando a capela o Sr. Bispo deu a benção e encerrou a Sagrada Partícula no Tabernáculo. Entraram as irmãs na Clausura e estava fundado o mosteiro. Sob a firme direção do Padre Fálcoia corriam a grandes passos no caminho da perfeição.
Dezoito meses mais tarde fizeram os votos de religião, nas mãos do Padre Falcoia, delegado do bispo D. Guerriero.
A reputação de santidade da comunidade nascente atraiu muitas vocações e o número dos seus membros elevou-se rapidamente a 33. Algumas Educandas haviam entrado com as Fundadoras.
No entanto, um secreto sofrimento atormentava aquelas religiosas. Em vão haviam solicitado, da Visitação de Nápoles, juntamente com a filiação à Ordem, uma Filha de Santa Chantal para formá-las.
Um exemplar da Regra e Constituições foi tudo o que obtiveram. Compreendiam que não eram verdadeiramente Visitandinas, pois não gozavam da clausura papal, dos votos solenes, nem dos privilégios da Ordem.
Era, todavia, esta situação providencial, Deus não queria uma nova Casa de Visitandinas, mas o despontar de uma nova Ordem que Ele daria à sua Igreja. Por isso reservava a liberdade canônica necessária para estabelecê-la.

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