quinta-feira, 8 de julho de 2021

Mosteiro da Imaculada Conceição (Parte 1)

 

Primeiro Mosteiro Redentorista da América do sul

 

Origem

As fundadoras do mosteiro de Itu vieram da Bélgica, do mosteiro de Bruges, que nos dizeres do Venerável padre Passerat, deveria ser “ a flor da Ordem.”

Desde muito tempo o Divino Jardineiro ia preparando, no segredo da oração, os instrumentos que ele deveria trabalhar nesta vinha escolhida e destinada a fazer presente e eficaz no mundo a obra salvadora de Jesus Redentor e libertador.

Duas jovens brasileiras, chamadas a vida religiosa contemplativa redentorista, decidiram generosa e animadamente atravessar os mares para ingressar no mosteiro Redentorista de Bruges, Bélgica.

A primeira, elena Lucia Isnard, residia no Rio de Janeiro e frequentava a Igreja de Santo Afonso. Seu diretor espiritual, padre Gualter Perriens era o superior vice provincial do Rio de Janeiro. Ele foi um dos valiosos instrumentos da Divina Providencia para a realização do plano de fundação de um mosteiro redentorista no Brasil.

Elena Isnard, partiu para Bruges em 1910, fazendo um total sacrifício de sua família a quem   amava até o extremo e de suas duas pátrias: Brasil e a bela França que a viu nascer. Não imaginava que passando onze anos retornaria como fundadora do mosteiro de Itu.

A segunda jovem, natural de Minas Gerais, de uma família tradicional de Juiz de Fora, foi orientada ppelo padre Matias Tulkens, CSsR. Partiu  para o mesmo mosteiro de Bruges dois anos depois, deixando a comodidade de uma família rica, vencendo sua timidez e os temores de uma saúde débil. Ingressou no Mosteiro de Bruges em 1912, levava, porém, a esperança de regressar ao Brasil, pois sabia que uma parenta sua, Ana de Assis, pessoa profundamente piedosa e dedicada aos Redentoristas, tinha a intenção de acordo com o padre Gualter, de fundar um mosteiro Redentorista em Juiz de fora e para esse fim, oferecia generosamente custear todos os gastos.

Mas veio a guerra de 1914 e depois caiu sobre o país a terrível gripe espanhola, ocasionando inúmeras vítimas. Uma das vitimas foi a generosa Ana de Assis, que faleceu depois de dois dias, sem deixar testamento. Se desvanecia assim a esperança de uma fundação em 1918. 
Entretanto, a Providencia velava sobre esse projeto! Queria, não obstante, que a pobreza estivesse na base desse edifício espiritual.

Quando terminou a guerra o sr. Ernesti Isnard com sua esposa Srª. Zulmira de Govea Isnard, em visita a sua irmã Elena, agora irmã Maria Teresa do Menino Jesus, propuseram fazer a tão desejada fundação. O generoso convite chegava em um momento pouco favorável para o mosteiro de Bruges que a duras penas começava a refazer-se e reconstruir-se depois das provas sofridas durante a guerra. De fato os alemães ocuparam a fazenda e obrigaram as irmãs a refugiar-se em outros conventos, separados em dois grupos. Também a superiora da comunidade havia falecido durante aqueles tristes anos. Por tudo isso, seria difícil assumir o projeto de uma fundação naquele momento. Contudo a generosidade das irmãs não retrocedera diante do sacrifico que supunha ceder para ir ao Brasil a quatro irmãs professas.

O padre Camilo Van Steene, superior provincial da Bélgica e o padre Gualter Perriens aconselharam com grande interesse e dedicação todas as gerências para uma nova fundação. Consultando o Cardeal Guilhermo Van Rossum, receberam o seu caloroso estimulo.