quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Série: Orar 15 Dias com Maria Celeste

Apresentamos a meditação do segundo dia da espiritualidade Crostarosiana, nesse dia observaremos um pouco sobre o seu Sol Divino. #Acesse, #compartilhe e #divulgue!



Contemplar meu Sol Divino...


Como poderia eu contemplar meu sol divino, que em ti se encerra, sem primeiro admirar o esplendor do cristalino invólucro através do qual nos é o lugar onde o Pai o colocou para o mundo (S, p. 24, Neuvième Dialogue).
Maria Celeste viveu em Nápoles. Ela admirou o sol de Nápoles, que tudo transforma em ouro. Sua comparação de Cristo com o Sol ajuda-a a expressar o que sente durante a oração, sobretudo na hora da comunhão. Em outras palavras, a criação, ou, mais exatamente, Deus presente na criação, que ela admira, ajuda-a a descobrir o verdadeiro rosto de Deus. Esse Deus Pai que é amor, que não é senão amor, e que, por seu filho Jesus, Deus feito homem, nos comunica o Espírito Santo, para possibilitar que participemos de sua vida divina. Essa intuição mística o próprio Senhor a havia chamado a experimentar desde a infância, como a ajuda da seguinte imagem:

Meu coração por tantos favores, sobretudo este de me ver não só em tua companhia, mas de te sentir vivo morando no íntimo de meu ser (ES, dixième jour).

Durante toda a vida, Maria Celeste contemplará maravilhada a luz do mundo, seu Sol que na hora da comunhão, está dentro de seu coração:

Ah! Meu senhor, eu contemplo teu corpo sagrado e glorificado! Ele é mil vezes mais belo que um sol de puríssimo cristal. Como poderia eu chegar à comparação dessa pureza?  Faze-a tu, que podes, pois eu não poderia jamais, malgrado todos os meus esforços (NN, Troisième jour).



E nós, hoje?

Para bem rezar, como Maria Celeste, é preciso gastar tempo em admirar. Admirar Deus, admirar sua obra, admirar seu amor. Muitas vezes, corremos o risco, como certos jornalistas da imprensa, do rádio ou da televisão, de fixar o olhar só sobre aquilo que está em nós e ao nosso redor, esquecendo de ver o melhor.
Compreendemos que o Senhor projeta sobre nossa vida e sobre a vida do mundo uma luz a nehuma outra comparável? Ele nos chama a ver como ele, isto é, a ver primeiro o que há de belo e de melhor no mundo, o que há de belo e de melhor em cada um de nós. Então?




Oremos com Maria Celeste

Ó meu soberano Rei (Jesus),
Deixa-me, para minha consolação, dizer-te
Qualquer coisa
Daquilo que tu és.
Eu te vejo como o Sol eterno,
Vestido por teu Pai, o artista supremo e infinitamente sábio,
Que, desejando iluminar o mundo em suas trevas,
Fez para a tua divindade
Uma veste de luminoso e transparente cristal:
Tua santa humanidade,
Através da qual deviam revelar-se os esplendores divinos,
As riquezas e os tesouros infinitos,
Seu Verbo.
O Pai colocou no mundo esse Sol assim revestido para que a luz
De todos os homens,
Como diz o evangelista São João.
Por isso, como no céu, tu és a Luz da eterna glória,
Assim resplandeças na terra
Como o Sol de justiça, entre os homens pecadores,
Para livrá-los das trevas do pecado,
E, entre os justos,
Para ser o amante que atrai seus corações...
(L, Solilóquio Diálogo)




Oração pela beatificação da veneravel

Pedimos a todos/as para que rezem a oração para a beatificação de nossa venerável Madre fundadora.
ajude-nos também a divulga-la, obtendo alguma graça por sua intercessão nos comunique!




Oração
Ó Deus, tu deste a Maria Celeste a Plena comunhão no mistério da morte-ressurreição de teu Filho amado, glorifica a tua serva atendendo as preces que te apresentamos por sua intercessão e ensina-nos a entrar, como ela, em teu grande plano redentor. Por Jesus Cristo nosso Senhor, Amém



Oração (Espanhol)
Oh Dios, Tú has dado a María Celeste la plena comunión con el misterio de la muerte-resurrección de tu Hijo amado, glorifique a vuestra sierva, asistir a las oraciones que te presentamos a usted por su intercesión y nos enseña a entrar, como ella, en su gran plan de redención . Por Jesu cristo nuestro Señor, Amén



Oração (Italiano)
SS. Trinità, Ti adoro dall'abisso del mio nulla e ti ringrazio per i doni e privilegi concessi alla tua serva Suor Maria Celeste, e ti prego di volerla glorificare anche qui in terra; per questo ti supplico di donarmi, per sua intercessione, la grazia che umilmente aspetto. Amém

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Festa da Apresentação do Senhor no templo

Hoje dia que a Igreja comemora a festa da Apresentação do Senhor e celebra o dia da Vida Consagrada queremos compartilhar com todos os leitores de nosso Blog um texto da série de Jean-Marie Ségalen, sobre nossa Fundadora.




Agora!...

Eu fico. Agora!...(R. p. 235)


Em sua notavel obra "Afonso de Ligório, uma opção pelos abandonados", Th. Rey-Mermet apresenta assim Maria Celeste:

   "Manhã de primavera de 1718. A carruagem de José Crostarosa, advogado lotado em Nápoles, corre ao sol pelas planícies de Nola. Na neblina azulada, que se dissipa entre as árvores em flor, quatro senhoras se dirigem a Marigliano, distante 20 Km da capital: a senhora Paula Battista Crostarosa, uma sua amiga e duas de suas filhas : Úrsula, com trinta anos e Júlia, a futura irmã Maria Celeste, que tem então por volta de vinte anos. Vão para uma visita à irmã Veridiana de Jesus, priora do conservátorio carmelita de Marigliano(....)

   No carmelo, a acolhida é a mais calorosa possível. alegre, a conversa.

   Lá pelo meio da conversa, a priora teve a inspiração de dirigir a Júlia esta intrigante pergunta:

   -E você, que espera para se doar ao Senhor? Não gostaria de ficar hoje mesmo conosco neste mosteiro?
   A Resposta veio instantânea, flamejante:
   -eu fico. Agora!... "


   Agora!... Nessa resposta está todo o temperamento de Maria Celeste: chama viva de amor e generosa impetuosidade; liberdade de espírito e vontade férrea; firmeza de caráter e rapidez de decisão; paixão pelo Cristo e dom total, alegre, sem medida.

   Ela fica. E inflamado debate se desenrola então entre ela e a mãe. Malgrado as objeções desta, que alega que seu pai não está a par da decisão, Maria Celeste retruca dizendo que se seu pai recusa, elas voltarão para casa, mas ela está convencida de que ele dará sua aprovação e pagará o dote requerido pelo mosteiro. É o que de fato acontece.

   Maria Celeste nasceu no coração de Nápoles, em 31 de outubro de 1696, trinta e quatro dias depois de Afonso de Ligório e no mesmo bairro. Era o mês das rosas. Seu nome de família- "Crosta-rosa": Rosa de fogo- lembrava que ela veio ao mundo envolta pelos aromas do outono, que fazem o poeta exclamar: "Recende a ouro, açafrão e cobre..."

   Ela é a décima filha da família. Raio de sol por sua vivacidade e bom humor, é querida de todos . E, no entanto, recolhida: por volta dos cinco ou seis anos, ela inicia a experiência de uma vida mística precoce e extraordinária. Ao redor dos onze anos, começa a comungar. Pelos quinze, seu confessor a autoriza a comungar todos os dias. Autorização inusitada numa época em que se comungava raramente. A eucaristia se torna desde então o tempo forte de sua oração diária e o centro de sua vida espiritual. Aos dezessete anos, com a aprovação de seu confessor, consagra-se a Deus fazendo o voto de castidade.

   Ela está nessa época no carmelo de Marigliano. Mas não aceita uma vida religiosa pela metade. Tendo constatado certo relaxamento, reage pronta e vigorosamente junto à superiora:

                                     Se a senhora não tomar providências contra esse  relaxamento, jamais farei profissão neste  convento...(R, p. 236).


   A Priora a atende, e, a 21 de novembro de 1719, na festa da Apresentação de Maria no templo, Maria Celeste faz a profissão, toda feliz por ser “aceita como filha por Maria”(A, cap. IX).

   Seis meses depois de sua profissão religiosa, Maria Celeste é nomeada mestra de noviças. Esse cargo inflama seu zelo. Falando de si mesma, escreverá mais tarde:

                                           Sobrevém-lhe (a Maria Celeste) grande fome de ajudar o próximo a amar com fervor a Deus (R, p. 236).

   Mas logo o carmelo é fechado por ordem do bispo e para escapar aos desmandos da proprietária das terras. Foi preciso então procurar uma solução para permanecer fiel a sua consagração ao Senhor. É quando ela entra para as Visitandinas de Scala, a conselho do padre Falcoia. Nesse novo mosteiro, Deus irá revelar-lhe um tipo de vida religiosa que ele pretende propor, por meio dela, a homens e mulheres de seu tempo e de séculos futuros. Essa revelação se dará durante a ação de graças, depois da comunhão, um tempo forte, todos os dias, de sua espiritualidade.

   Em 1718, ao ser perguntada pela Priora do carmelo de Marigliano, Maria Celeste havia respondido: “Sim, agora!” Hoje, ela não somente aceita continuar a responder “sim” ao Senhor, mas se empenha  em um “sim” que será longo, difícil e doloroso como a paixão de Jesus, mas que lhe trará a felicidade e a paz de páscoa. Ela se empenha em fazer apelos aos homens e mulheres de seu tempo e de tempos vindouros para viverem o novo tipo de vida religiosa que o Senhor lhe revela na hora da eucaristia; apelo a fazer ver o Cristo em seu mistério pascal por meio de uma vida religiosa pessoal e comunitária; apelo a continuar dessa forma a a missão de Jesus Salvador no mundo todo e ao longo dos séculos.

E nós, hoje?

   Os primeiros momentos da oração de Maria Celeste destinavam-se a escutar Deus. Será que nós empregamos tempo em escutar Deus?

   Além disso, quando sentimos um chamado do Senhor, respondemos “sim”, prontamente, como Pedro ao abandonar suas redes e seu barco de pesca? “sim”, como Mateus deixando seu balcão de cobrador de impostos? “Sim, agora”, como Maria Celeste renunciando o conforto do palácio de seus pais?

   Compreendemos que Deus não exige êxito apostólico imediato, agora, mas fidelidade a seu amor, seja lá quanto isso custe?

   Mais: nosso “sim” é não apenas generoso, ardente, paciente, fiel, mas também um “sim” alegre, com cores de páscoa?

   Por fim, compreendemos que nosso “sim” ao Senhor não tem como meta primeira fazer-nos campeões em virtudes, mas nos dar, “uma grande fome de ajudar o próximo”, de partilhar nossa fé, nossa bondade, o amor que o Senhor nos dá, amor que descobrimos por meio de sua Palavra, seus sacramentos, principalmente a eucaristia?



Oremos com Maria Celeste

No dia de sua profissão religiosa, Maria Celeste confirmou seu “Sim, agora!” ao Senhor, cantando este canto que compusera certa ocasião:


Eis a hora tão esperada
Em que Deus me desposou.
Plenamente consolada,
Nele, que é meu amor,
Repousarei.

Sim, estou muito contente,
Saciou-se meu desejo;
Gozarei o meu Esposo
Por toda a eternidade.

Aqui estarei desejando
 Usufruir de meu amante,
Servi-lo, a ele satisfazer
E possuí-lo eternamente.

Irei, depois
Meu Bem-amado,
Ver-te lá em cima, no céu;
Lá, para sempre possuirei
Esse Esposo que me amou (L, cap. IX)