quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

SCALA




BERÇO DA ORDEM DO Ss. REDENTOR
O viajante que margeando o golfo de Salerno chega à cidade de Amalfi, fica encantado com a beleza da paisagem.
Amalfi é uma rainha sentada à sombra de verdejantes colinas cobertas de cedros e de laranjeiras.
A seus pés, um mar azul-celeste; acima um céu de safira; aos lados das montanhas abruptas e desnudadas, mais além bosques espessos. Como fundo do quadro, a leste um penhasco quase a prumo, com cerca de 400 metros de altitude. Sobre esta elevação ergue-se Scala, defronte de Ravelo.
Scala e Ravelo vistas de baixo são dois ninhos de águia, irradiantes de luz, visinhos do céu; vistas de perto são simples ninhos de pombas pelo encantador aspecto.
Scala e Ravelo, cidades outrora importantes, hoje decaídas.  Antigamente cidades episcopais, depois pertencentes ao arcebispado de Amalfi. Pois bem, foi em Scala que decidiu Deus colocar o Berço da Instituto do Ss. Redentor; e como?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

NAPOLES


Cidade notável pela sua beleza natural, foi o berço das duas grandes almas escolhidas por Deus para dar à Sua Igreja essa nova ordem.
No dia 27 de setembro de 1696 nascia em Marianella, pequena aldeia de Nápoles, o primogênito de José de Ligório e Ana Cavalieri. Dois dias depois, na festa de São Miguel, recebeu a criança, na pia batismal da matriz de Santa Maria das Virgens, os nomes de Afonso Maria Antônio João Francisco Cosme Damião Miguelangelo Gaspar.
Indo são Francisco Jerônimo, visitar a família Ligório, tomou o pequenino Afonso nos braços e disse em tom alegre à Dona Ana: “Este menino viverá muito, muito; não morrerá antes dos 90 anos; será bispo e fará grandes coisas por Jesus Cristo”. E esta profecia se realizou.
Quem não terá ainda ouvido falar do grande e Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja, Bispo de Santa Ágata, o cantor das glórias de Maria Santíssima, o defensor intrépido da infabilidade papal, o apóstolo e missionário zelosíssimo cujas obras e escritos, traduzidos em todas as línguas, perpetuaram o seu apostolado e inflamam os corações de amor para com Deus, o Coração de Jesus sempre conosco na divina Eucaristia?
Inútil, pois, queremos estender-nos sobre a vida deste tão eminente santo...
  Mas, debaixo deste mesmo belo céu de Nápoles, também uma outra criança nascia a 31 de outubro desse mesmo ano de 1696, a futura Soror Maria Celeste, essa humilde virgem será escolhida pelo Senhor para ser a “terra em que será levantado o grande edifício de Sua Obra”.
Nascera tão fraquinha que recearam perde-la e por isto apressaram-se em batizá-la sem as cerimonias da Igreja.
Mas a pequenina dileta do Senhor, reanimou-se e no dia seguinte, com grande alegria de todos os seus, foi levada a Igreja paroquial de São José; aí recebeu o batismo condicional com os nomes de Júlia Marcela Santa. Era quase a caçula, pois, nascendo após seus irmãos: Francisco, Miguel, Ágata, Rosa, Úrsula, Gertrudes, Úrsula Rosa, Tiago, Jorge e Braz, só teve uma irmãzinha mais nova, Joana. 
Desde a mais tenra infância, (conta mais tarde em sua autobiografia) foi favorecida pelo Senhor com graças extraordinárias.
Com cinco anos apenas já o Senhor se manifestava passivamente à pequenina Júlia, dando-lhe a conhecer sua Divindade; e desde então não teve ela outro desejo senão o de amar e servir o Senhor.
Aos 11 anos fez a primeira Comunhão, e Nosso Senhor nesse momento mostrando-se a ela, disse que lhe dava o Seu Coração e seu Precioso Sangue e que a escolhia por Esposa.
Aos 20 anos foi Júlia, com sua Mãe e sua irmã Úrsula Rosa, visitar uma religiosa no Carmelo de Marigliano e aí ficou com sua irmã.
Seis meses mais tarde, no dia 21 de Novembro, festa da Apresentação de Nossa Senhora, receberam o hábito de Carmelita.
No fim de um ano fizeram a Profissão religiosa.
Quando nomeada Mestra das Noviças, a Venerável pode mais facilmente gozar do recolhimento, recebendo graças extraordinárias.
Assim, certo dia, (era então sacristã) depois da Santa Comunhão, penetrada pelo Olhar Divino, teve uma grande luz interior e o Senhor lhe disse: “Quero fazer-te mãe de muitas almas que desejo salvar por teu intermédio” e mostrou-lhe muitas almas religiosas que ela não conhecia....

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Momento de Espiritualidade


O  projeto espiritual de Maria Celeste é sempre a transformação em Cristo pela ação do Espírito Santo que nos faz retratos animados do Verbo. No ensinamento de Maria Celeste a centralidade da pessoa de Jesus Cristo é considerada sempre como Filho, o Verbo feito Homem.  Mas a recordação constante da divindade serve para ressaltar a importância da humanidade. Em diversos momentos Maria Celeste lembrará que a “humanidade de Cristo é sempre a porta para se estar em Deus”.  Jamais pode a alma se esquecer da sagrada humanidade, por mais sublime que  seja o grau de união que tenha alcançado. “ Onde estão os se atrevem a dizer que a alma deve prescindir desta humanidade, esquece-la e ignora-la, sendo que recebeu todo o bem do Deus feito homem?” (Jardim interior, 6 de abril).
A natureza humana assumida pelo Verbo recebeu a plenitude das perfeições divinas em grau tão eminente que pode comunica-las a todas as almas que se unem a ele pelo amor.  E o verbo se revestiu da natureza humana e a natureza foi revestida das perfeições divinas.  Jesus Cristo é o novo Adão o homem novo criado como verdadeira imagem de Deus não deformada pela culpa e possui a plenitude de todos os dons e virtudes da graça. Assim como Jesus é a imagem do Pai nós somos imagem de Jesus. Deus olha com complacência a alma de Jesus e “a alma de Jesus olha para Deus com a mesma complacência com que é olhada; com esta complacência de amor impetra para as alma os mesmos bens que ele tem e as veste de sua inocência,  de sua justificação, de amor, porque é sua digna esposa,  imaculada e pura, Jesus o comunica às almas a sua própria graça. Participamos de sua veste riquíssima  de graças, de modo que,  sendo Deus e homem, nosso irmão mais velho e cabeça da Igreja, nós feitos gratuitamente membros seus, recebemos no Sacramento do Batismo a mesma veste de nossa cabeça e formamos um só corpo com Jesus Cristo.  Com Ele desfrutamos de todos os adornos das virtudes e graças com as quais o Espírito Santo amou e por amor deu a alma santíssima de Jesus Cristo. (Exercício de amor de Deus... 3 de fevereiro).
Para Maria Celeste, Jesus Cristo é, já o dissemos, “como um selo na mão do gravador com o qual se marcam todas as almas justas no ser da justiça. Com este selo de amor são gravadas todas as almas eleitas, e assim, com um só fazem-se muitos retratos vivos de seu único amor”.  Vendo-nos em Jesus “como membros unidos à nossa cabeça, o Pai que nos ama com amor infinito que é o mesmo amor com o qual o seu Filho amado e nô-lo dá na humanidade assumida; o Homem-Deus dá ao Pai todos nós em si mesmo. Este dom lhe é tão grato e excelente que impetra para todos nós almas criadas por ele um amor infinito do próprio Deus. Assim por meio de Cristo é-nos dada a graça de o mesmo Espírito Santo como esposo verdadeiro de nossas almas; por isso ama-nos como membros de nossa cabeça e, Cristo nos ver como verdadeiros filhos seus por amor por graça”. (Exercício de amor de Deus...6 de fevereiro)