Cidade notável pela sua beleza
natural, foi o berço das duas grandes almas escolhidas por Deus para dar à Sua
Igreja essa nova ordem.
No dia 27 de setembro de 1696
nascia em Marianella, pequena aldeia de Nápoles, o primogênito de José de
Ligório e Ana Cavalieri. Dois dias depois, na festa de São Miguel, recebeu a
criança, na pia batismal da matriz de Santa Maria das Virgens, os nomes de Afonso
Maria Antônio João Francisco Cosme Damião Miguelangelo Gaspar.
Indo são Francisco Jerônimo,
visitar a família Ligório, tomou o pequenino Afonso nos braços e disse em tom
alegre à Dona Ana: “Este menino viverá muito, muito; não morrerá antes dos 90
anos; será bispo e fará grandes coisas por Jesus Cristo”. E esta profecia se
realizou.
Quem não terá ainda ouvido falar
do grande e Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja, Bispo de Santa
Ágata, o cantor das glórias de Maria Santíssima, o defensor intrépido da
infabilidade papal, o apóstolo e missionário zelosíssimo cujas obras e
escritos, traduzidos em todas as línguas, perpetuaram o seu apostolado e
inflamam os corações de amor para com Deus, o Coração de Jesus sempre conosco
na divina Eucaristia?
Inútil, pois, queremos
estender-nos sobre a vida deste tão eminente santo...
Mas, debaixo deste mesmo belo céu de Nápoles, também uma outra criança
nascia a 31 de outubro desse mesmo ano de 1696, a futura Soror Maria Celeste,
essa humilde virgem será escolhida pelo Senhor para ser a “terra em que será
levantado o grande edifício de Sua Obra”.
Nascera tão fraquinha que
recearam perde-la e por isto apressaram-se em batizá-la sem as cerimonias da
Igreja.
Mas a pequenina dileta do Senhor,
reanimou-se e no dia seguinte, com grande alegria de todos os seus, foi levada
a Igreja paroquial de São José; aí recebeu o batismo condicional com os nomes
de Júlia Marcela Santa. Era quase a caçula, pois, nascendo após seus irmãos:
Francisco, Miguel, Ágata, Rosa, Úrsula, Gertrudes, Úrsula Rosa, Tiago, Jorge e
Braz, só teve uma irmãzinha mais nova, Joana.
Desde a mais tenra infância,
(conta mais tarde em sua autobiografia) foi favorecida pelo Senhor com graças
extraordinárias.
Com cinco anos apenas já o Senhor
se manifestava passivamente à pequenina Júlia, dando-lhe a conhecer sua
Divindade; e desde então não teve ela outro desejo senão o de amar e servir o
Senhor.
Aos 11 anos fez a primeira
Comunhão, e Nosso Senhor nesse momento mostrando-se a ela, disse que lhe dava o
Seu Coração e seu Precioso Sangue e que a escolhia por Esposa.
Aos 20 anos foi Júlia, com sua
Mãe e sua irmã Úrsula Rosa, visitar uma religiosa no Carmelo de Marigliano e aí
ficou com sua irmã.
Seis meses mais tarde, no dia 21
de Novembro, festa da Apresentação de Nossa Senhora, receberam o hábito de
Carmelita.
No fim de um ano fizeram a
Profissão religiosa.
Quando nomeada Mestra das
Noviças, a Venerável pode mais facilmente gozar do recolhimento, recebendo
graças extraordinárias.
Assim, certo dia, (era então sacristã)
depois da Santa Comunhão, penetrada pelo Olhar Divino, teve uma grande luz
interior e o Senhor lhe disse: “Quero fazer-te mãe de muitas almas que desejo
salvar por teu intermédio” e mostrou-lhe muitas almas religiosas que ela não
conhecia....
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