quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

NAPOLES


Cidade notável pela sua beleza natural, foi o berço das duas grandes almas escolhidas por Deus para dar à Sua Igreja essa nova ordem.
No dia 27 de setembro de 1696 nascia em Marianella, pequena aldeia de Nápoles, o primogênito de José de Ligório e Ana Cavalieri. Dois dias depois, na festa de São Miguel, recebeu a criança, na pia batismal da matriz de Santa Maria das Virgens, os nomes de Afonso Maria Antônio João Francisco Cosme Damião Miguelangelo Gaspar.
Indo são Francisco Jerônimo, visitar a família Ligório, tomou o pequenino Afonso nos braços e disse em tom alegre à Dona Ana: “Este menino viverá muito, muito; não morrerá antes dos 90 anos; será bispo e fará grandes coisas por Jesus Cristo”. E esta profecia se realizou.
Quem não terá ainda ouvido falar do grande e Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja, Bispo de Santa Ágata, o cantor das glórias de Maria Santíssima, o defensor intrépido da infabilidade papal, o apóstolo e missionário zelosíssimo cujas obras e escritos, traduzidos em todas as línguas, perpetuaram o seu apostolado e inflamam os corações de amor para com Deus, o Coração de Jesus sempre conosco na divina Eucaristia?
Inútil, pois, queremos estender-nos sobre a vida deste tão eminente santo...
  Mas, debaixo deste mesmo belo céu de Nápoles, também uma outra criança nascia a 31 de outubro desse mesmo ano de 1696, a futura Soror Maria Celeste, essa humilde virgem será escolhida pelo Senhor para ser a “terra em que será levantado o grande edifício de Sua Obra”.
Nascera tão fraquinha que recearam perde-la e por isto apressaram-se em batizá-la sem as cerimonias da Igreja.
Mas a pequenina dileta do Senhor, reanimou-se e no dia seguinte, com grande alegria de todos os seus, foi levada a Igreja paroquial de São José; aí recebeu o batismo condicional com os nomes de Júlia Marcela Santa. Era quase a caçula, pois, nascendo após seus irmãos: Francisco, Miguel, Ágata, Rosa, Úrsula, Gertrudes, Úrsula Rosa, Tiago, Jorge e Braz, só teve uma irmãzinha mais nova, Joana. 
Desde a mais tenra infância, (conta mais tarde em sua autobiografia) foi favorecida pelo Senhor com graças extraordinárias.
Com cinco anos apenas já o Senhor se manifestava passivamente à pequenina Júlia, dando-lhe a conhecer sua Divindade; e desde então não teve ela outro desejo senão o de amar e servir o Senhor.
Aos 11 anos fez a primeira Comunhão, e Nosso Senhor nesse momento mostrando-se a ela, disse que lhe dava o Seu Coração e seu Precioso Sangue e que a escolhia por Esposa.
Aos 20 anos foi Júlia, com sua Mãe e sua irmã Úrsula Rosa, visitar uma religiosa no Carmelo de Marigliano e aí ficou com sua irmã.
Seis meses mais tarde, no dia 21 de Novembro, festa da Apresentação de Nossa Senhora, receberam o hábito de Carmelita.
No fim de um ano fizeram a Profissão religiosa.
Quando nomeada Mestra das Noviças, a Venerável pode mais facilmente gozar do recolhimento, recebendo graças extraordinárias.
Assim, certo dia, (era então sacristã) depois da Santa Comunhão, penetrada pelo Olhar Divino, teve uma grande luz interior e o Senhor lhe disse: “Quero fazer-te mãe de muitas almas que desejo salvar por teu intermédio” e mostrou-lhe muitas almas religiosas que ela não conhecia....

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