Em 1719 os RR. PP. Maurício
Filangieri, Superior Geral da Congregação dos Pios Operários, e Thomás Falcoia,
pregaram em Scala os exercícios da santa Missão.
Desejando assegurar aos
habitantes da cidade uma nova fonte de graças, resolveram fundar um mosteiro.
Poucos anos antes o Padre Falcoia estivera em Roma, e um dia achando-se às
margens do Tibre, foi subitamente arrebatado em Deus e viu desenrolar-se diante
de seu espirito o plano de fundação de uma família religiosa. Seus membros
tanto homens como mulheres, teriam por fim especial a “Imitação explícita do
Homem Deus, ora sepultando-se na vida oculta, ora, indo como o Salvador
evangelizar as povoações mais abandonadas”(Sportelli: Memória dei principii al
Instituto).
Um caridoso sacerdote de Scala,
Dom Lorenzo Della Mura, tinha legado sua fortuna e casa ao venerando Cabido da
Catedral, por testamento datado de 1° de outubro de 1633, com o fim de ali
estabelecer-se um recolhimento, onde jovens e viúvas pudessem levar vida
piedosa e retirada, sem fazerem votos de religião nem estarem sujeitas à
clausura. Após uma prosperidade passageira, a obra estava quase extinta em
1720.
Nesse ano de 1720, o Cabido e a
cidade cederam ao R. Pe. Filangieri todos os direitos sobre o recolhimento, com
a condição de transformá-lo e elevá-lo à dignidade de mosteiro com clausura,
sob a regra de Santo Agostinho e as Constituições de São Francisco de Sales.
A capela do recolhimento era
dedicada à Imaculada Conceição e estava graciosamente ornada; a casa, porém,
estava em completa ruina. Concertá-la e adaptá-la para o novo destino foi o
primeiro cuidado do fundador.
Terminado o edifício material,
procuraram as pedras fundamentais para o espiritual.
As almas escolhidas por Deus
foram: Matilde e Teresa de Vito, que receberam os nomes de Sorores Maria Rafael
e Maria Angela. Angélica Bellini, o de Sôr Maria Serafiana. Grazia Bellini, o
de Sôr Maria Miguel.
Catarina Schisano, contava mais
de 50 anos e passará vários anos em um dos sete carmelos fundados pela
venerável Serafina de Capri, era uma espécie de terciária; por este duplo
motivo foi designada como Superiora da nova comunidade, com o nome de Sôr Maria
José da Cruz.
Os outros membros da comunidade
foram:
Helena Montes que se tornou Sôr
Maria Arcângela;
Francisca Montes se tornou Sôr
Maria Emanuel
Justina Natale se tornou Sôr
Maria Catarina
Ana Natale se tornou Sôr Maria
Querubina
Úrsula Galdo se tornou Sôr Maria
Gabriel
Ângela Galdo se tornou Sôr Maria
Teresa.
Na terça feira de pentecostes, 21
de maio de 1720 foi inaugurado o Mosteiro.
O clero de Scala, tendo à frente
os 24 cônegos do Cabido, veio acolher as postulantes na praça da Igreja.
Acompanhavam-nas as nobres Damas
da cidade, os dois Fundadores e uma multidão enorme de povo.
Entravam na Catedral ao canto do
hino “Jesus Corona Virginum”.
O Bispo ao pé da altar-mor,
procedeu solenemente à cerimonia da vestição; o Padre Falcoia tomando por texto
o Introito da Missa do dia: “Accipite jucunditatem gloriae vestra” pronunciou
eloquente sermão.
Terminada a cerimônia, as 12
virgens revestidas do hábito da visitação, dirigiram-se processionalmente ao
Convento. O Bispo, levando o SS. Sacramento fechava o cortejo. Nos ares
ressoavam os sons festivos dos sinos, as salvas de artilharia e os jubilosos
cânticos da multidão.
Chegando a capela o Sr. Bispo deu
a benção e encerrou a Sagrada Partícula no Tabernáculo. Entraram as irmãs na
Clausura e estava fundado o mosteiro. Sob a firme direção do Padre Fálcoia
corriam a grandes passos no caminho da perfeição.
Dezoito meses mais tarde fizeram
os votos de religião, nas mãos do Padre Falcoia, delegado do bispo D.
Guerriero.
A reputação de santidade da
comunidade nascente atraiu muitas vocações e o número dos seus membros
elevou-se rapidamente a 33. Algumas Educandas haviam entrado com as Fundadoras.
No entanto, um secreto sofrimento
atormentava aquelas religiosas. Em vão haviam solicitado, da Visitação de
Nápoles, juntamente com a filiação à Ordem, uma Filha de Santa Chantal para
formá-las.
Um exemplar da Regra e
Constituições foi tudo o que obtiveram. Compreendiam que não eram
verdadeiramente Visitandinas, pois não gozavam da clausura papal, dos votos
solenes, nem dos privilégios da Ordem.
Era, todavia, esta situação
providencial, Deus não queria uma nova Casa de Visitandinas, mas o despontar de
uma nova Ordem que Ele daria à sua Igreja. Por isso reservava a liberdade
canônica necessária para estabelecê-la.
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