domingo, 8 de julho de 2018

Subindo o Monte Sagrado com a Beata Maria Celeste, CSsR.





Certo dia, um jovem piedoso perguntou ao Senhor: “Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?”, e o Senhor respondeu: “Porque me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. O rapaz perguntou a Jesus: “Quais”? E o Senhor respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo”. O jovem respondeu: “Tenho observado tudo isso desde a minha infância. Que me falta ainda?” O Senhor disse: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!” (S. Mt 19,16-21). Sabemos que o jovem aspirando um caminho sublime de verdadeira felicidade, foi-se triste, pois possuía muitos bens...
         Alma cristã, talvez já devas ter se perguntado o que fazer para ser feliz. Queres realmente ser feliz? Teu Senhor já indicou o caminho. Não poderás ser feliz satisfazendo-se no mundo, se pudesse, Ele mesmo teria indicado, mas antes disse que quem quisesse O seguir – Ele: “o caminho, a verdade e a vida” (S. Jo 14,6) – precisaria renegar-se a si mesmo, tomar a cruz de cada dia e O seguir, “porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á” (S. Lc 9,23).
         Santo Agostinho[1] e tantos outros Santos confirmam que a alegria só pode ser encontrada dentro de si, onde habita o Senhor. Só se é plenamente feliz quando se realiza a vontade de Deus, quando se escolhe o que Ele quer e desprendido de toda vontade humana, opta-se por aquilo que agrada a Deus, amando-O. E como se ama a Deus? Jesus o responde: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele” (S. Jo 14,21). Ama-se também obedecendo aos conselhos que Deus dá na vida cotidiana, como parece dizer a Beata Maria Celeste. Esta aconselha, alma cristã, a caminhar “na escada da fé e seguir Cristo, o Único que atingiu a união perfeita com o Pai, por uma via tão comum quanto a tua, porém mais dolorosa” (CALVER, Joan. Em Memória de Mim: Jesus Redentor na espiritualidade de Maria Celeste Crostarosa, 1987, p. 41).
         Fazer a vontade divina pressupõe-se a deixar-se guiar por Deus, tendo apenas como luzeiro a FÉ. Assim diz a Beata redentorista: “Começando pela fé, como o primeiro e menor degrau da escada mística, ele se tornará o caminho que conduz ao alto. À medida que se eleva, ele oferece à alma um caminho confiável para a união com Deus” (CALVER, Joan. 1987, p. 52).
         Alma cristã, se acreditas em Deus e em seus desígnios, permitas ser conduzida aonde Ele desejar te levar, não receeis passar por momentos de escuridão e de deserto interior, pois assim diz o Senhor: “Por isso a atrairei, conduzi-la-ei ao deserto e falar-lhe-ei ao coração” (Os 2,16). Se o teu Senhor lhe chamar a uma entrega mais profunda no mundo ou mesmo se Ele te exigir uma autenticidade na sua vida cotidiana, não temas em corresponder! Tens o exemplo dos Santos e de tantos outros filhos de Deus que somente Ele conhece o nome... Tens a vida da Beata Maria Celeste, que como os outros amantes do Senhor, receberam o cêntuplo por ter seguido o caminho que Deus indicou (S. Mt 19,29).
         A Beata assim ensina: “Quem subirá a montanha do Senhor (Sl 23[24], 3). Todo aquele que desejar subir o primeiro degrau da escada mística, a fé, agarrando-se aos suportes da ‘esperança’ e da ‘entrega de si’.” (CALVER, Joan. 1987, p. 51). Queres subir ao monte divino, Alma cristã? Acredite no que o Senhor lhe inspira e fala por meio de teus sacerdotes. Tens dúvida para qual caminho seguir? Peça auxílio ao teu Senhor e a tua Mãe Santíssima e creia que “tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis” (S. Mt 21,22). Mas lembre-se que “a fé sem obras é morta” (S. Tg 2,26). Precisarás de ter uma “determinada determinação” como ensina Santa Teresa de Jesus, carmelita descalça, para fazer aquilo que teu Senhor o indica.
         Filho e filha de Deus, não reduzas a tua existência ao que é terreno e efêmera, olhai para sua vida CELESTE e tenha a resolução de tomar partido por Deus, teu Senhor e teu único Tesouro.
Júlia Maria de Jesus.




[1] Cf. AGOSTINHO, Santo. Confissões, cap. 10: “[...] Tarde te amei! Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu Te amei! Eis que estavas dentro, e eu, fora – e fora Te buscava, e me lançava, disforme e nada belo, perante a beleza de tudo e de todos que criaste. Estavas comigo, e eu não estava Contigo… Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Chamaste, clamaste por mim e rompeste a minha surdez. Brilhaste, resplandeceste, e a Tua Luz afugentou minha cegueira. Exalaste o Teu Perfume e, respirando-o, suspirei por Ti, Te desejei. Eu Te provei, Te saboreei e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me e agora ardo em desejos por Tua Paz”.




Referências:

AGOSTINHO, Santo. Confissões. São Paulo: Paulus Editora, 1984.

Bíblia Sagrada. 133 ed. Editora: Ave Maria, 2000.

CALVER, Joan. Em Memória de Mim: Jesus Redentor na espiritualidade de Maria Celeste Crostarosa, 1987. 63 p. Link disponível em: https://drive.google.com/drive/ folders/1dFnh0H JuvsfAcDcS OnM_iJFGVE48aAKj?ogsrc=32.

JESUS, Santa Teresa de. Livro da vida. São Paulo: Paulus Editora, 1983.

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